capa - maestro e spalla

Quando se fala de orquestra, duas figuras são centrais: o maestro e o spalla. Mas você sabe qual é a função de cada um? Pois esse artigo vai explicar cada um dos papeis de um maestro e do spalla.

Antes de continuar a leitura, recomendamos que você leia nosso outro artigo explicando como é a formação da orquestra e como ela funciona. Assim, você vai entender a divisão dos instrumentos na orquestra.

gif - mozart regendo orquestra

O spalla na orquestra

O spalla, também é conhecido como concertino, é o chefe de naipe de todos os instrumentos de corda.

A origem do nome é italiana, attore di spalla, e significa algo que apoia o ator principal. O termo spalla em si significa “ombro”. Assim, pode-se entender que seria o músico que apoia o maestro, como um “braço direito”.

É bem simples de identificar o spalla, pois ele é o último instrumentista a entrar no palco, sempre cumprimentado pelo maestro antes do início do concerto, e se senta à esquerda do maestro na primeira cadeira do violino.

orquestra clássica - naipe dos violinos

A figura do spalla é essencial em uma orquestra, pois ele tem a função de dialogar com o maestro, fazendo a ponte entre o maestro e a orquestra. Portanto, o spalla é como se fosse um “vice-chefe” da orquestra e dá suporte ao maestro.

Além disso, o spalla também dá início à afinação de toda orquestra e fica com as partes solistas de violino de uma peça. Vale falar que cada naipe da orquestra tem seu spalla responsável, mais conhecido como “chefe de naipe”. 

 

O papel do maestro na orquestra

Bem, o maestro ou o regente é, em essência, o condutor da orquestra. Porém, esse posto de conduzir a orquestra não só começou a surgir no séc. XVII com os condutores de ópera.

Possivelmente, o primeiro regente foi Jean-Baptiste Lully. Uma curiosidade sobre Lully é que ele conduzia a orquestra batendo uma espécie de bastão no chão e isso dava o andamento da música para os instrumentistas.

A interpretação da música

Hoje em dia, tudo o que se vê em um concerto é fruto da visão do maestro. Nos ensaios, ele que escolhe o tipo de fraseado da melodia que ele quer, o tipo de dinâmica (forte, piano, crescendo…), o andamento da música, entre outros elementos.

Claro, a música já está escrita, mas cada regente tem uma interpretação daquela peça e nem tudo é notado em uma partitura. Por isso, é necessário muito estudo e ensaio antes de um concerto. Não basta ler a partitura.

orquestra simfônica - spalla e maestro

Sendo assim, basicamente, o que vemos durante o concerto já foi exaustivamente ensaiado. No momento da apresentação, os músicos já estão “condicionados” a fazer a interpretação do ensaio.

Contudo, mesmo já tendo ensaiado, a presença do regente no momento do concerto é crucial. Isso porque ele precisa manter todas as ideias dele através da condução. Além disso, no momento da performance é comum sempre ter algumas mudanças, dependendo do calor da apresentação.

A sinalização para os músicos

Outro papel da condução do maestro é sinalizar aos músicos o momento que cada um precisa começar a tocar sua parte.

Em uma música, é comum ter naipes que ficam muitos minutos em pausa e, para não se perderem contando todos os compassos, o regente se torna responsável por avisar essas pessoas quando elas teriam que tocar.

Os movimentos do regente

Já aqueles movimentos que vemos o maestro fazer com as mãos é o que dá o ritmo da música, a articulação das notas, a acentuação da frase, as dinâmicas e muitas outras interpretações.

Então, são como “códigos de linguagem” que ele utiliza pra conduzir essa orquestra. E toda essa linguagem corporal (braços, mãos, rosto e o corpo) colabora para o efeito musical que o maestro quer enfatizar.

Por isso, os movimentos que o vemos o regente performando não são aleatórios e existe sempre um motivo daquilo ser feito. Todo esse conjunto faz a condução da orquestra.

Quando o spalla vira o maestro

Nem todo tipo de repertório é necessário ter um maestro. Por isso, outra função do spalla é também substituir o maestro nesses casos. Assim, o violino spalla conduzirá e tocará ao mesmo tempo.

Os tipos de repertório que isso costuma acontecer são peças que têm pouco instrumento ou músicas mais curtas. Um exemplo disso são as músicas para orquestra de câmara e repertórios de música barroca.

 

Na história da música, o regente já teve funções diferentes, inclusive regentes de óperas, em geral, carregam muitas outras funções sem ser a condução da orquestra. Mas isso já é assunto para outros artigos.

Agora você já pode ir assistir uma orquestra sabendo o que cada uma dessas figuras faz. Assim, você pode prestar melhor atenção em como a orquestra está sendo conduzida e o que muda com cada gesto do maestro.

Caso queira ver esse conteúdo em formato audiovisual e assistir a exemplos, veja nosso vídeo abaixo!

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