capa - alive inside

“Música conecta as pessoas com quem elas foram e com quem elas são em suas vidas, porque o que acontece quando ficamos velhos é que tudo o que conhecíamos, nossa identidade, desaparece pouco a pouco.”
Dan Cohen

Estas são as palavras de Dan Cohen, criador da ONG Music & Memory que trabalha levando música para pacientes com Alzheimer.

Neste texto, faremos uma resenha sobre o emocionante documentário Alive Inside [vivos por dentro], que conta um pouco a história de Cohen no desenvolvimento deste tratamento.

 

O Documentário ‘Alive Inside’

No documentário lançado em 2014, o diretor Michael Rossato-Bennett nos mostra a história de Dan Cohen e sua jornada ao criar a ONG Music & Memory, na qual ele leva música como um possível tratamento para os pacientes com Alzheimer.

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa de caráter progressivo, ou seja, é a deterioração cognitiva e a perda da memória de curto prazo, entre outros sintomas neuropsiquiátricos. Por estes motivos, a grande maioria dos pacientes com Alzheimer vive uma vida reclusa no hospital ou em casa.

O trabalho de Dan Cohen é conversar com os familiares do paciente, perguntar quais músicas ele gostava de ouvir na juventude ou antes de adquirir a doença. Baseado nas respostas destes familiares, Cohen monta uma playlist com as músicas favoritas e entrega ao paciente. 

A reação é simplesmente incrível! Confira! Mas antes, pegue lencinhos, pois lágrimas irão rolar.

O poder da música no tratamento do Alzheimer

A conexão da música com o ser humano é motivo de diversos estudos, e a reação dos pacientes com Alzheimer a músicas de suas vidas é um deles. Memórias são ativadas, o corpo reage, os olhos brilham novamente. A vida volta àquela pessoa.

Isso acontece porque essa doença não afeta a parte do cérebro que guarda as memórias musicais, por isso essas memórias conseguem ser ativadas. Além disso, a música não só é eficaz no tratamento contra o Alzheimer, como também ajuda a prevenir o processo de degeneração.

Como explica o neurologista Custódio Michailowsky em entrevista para o Estadão, ouvir e tocar música exercita várias partes do cérebro ao mesmo tempo, isso é o que ajuda a prevenir a degeneração. Também tudo o que envolve a prática musical é capaz de ajudar em outros elementos, como na sociabilização, concentração, sensibilidade, entre outros.

Tudo isso é o que o vídeo colocado acima demonstrou. Esse senhor não conseguia falar muito bem, não tinha muita expressão facial e estava sempre de cabeça baixa. Porém, quando a música é colocada em seus ouvidos, ele volta à vida. Começa a cantarolar, ganha expressão e sua postura corporal muda magicamente.

Mesmo após a retirada da música, o paciente continua com o efeito e é capaz de responder as perguntas e lembrar de acontecimentos passados. A cena do paciente voltando a dançar e cantar tocou muita gente, tornando-se um vídeo viral. O que foi muito bom para Cohen, que conseguiu patrocínio para levar esta experiência para mais pessoas.

Alive Inside: a música no tratamento do Alzheimer

Não é qualquer música que causa efeito!

Umas das dificuldades encontradas por Cohen foi o fator econômico, pois as músicas baixadas são salvas em um ipod específico para cada paciente. Contudo, o aparelho é caro e os pacientes são muitos. Além disso, por não ser um tratamento propriamente dito, o governo não disponibiliza o aparelho.

Outra dificuldade é encontrar voluntários para entrevistar os familiares destes pacientes. Entenda, não é qualquer música que causa tal efeito em alguém, são músicas que marcaram um momento, músicas importantes para aquela pessoa, músicas que ela ouvia sempre.

A música do primeiro beijo, a música que a mãe cantava ao cozinhar, a música que tocava em todas as festas, a música que ouvia para ir ao trabalho, tudo isso faz parte de uma história.

Se quiser ver este conteúdo em formato digital e ainda obter outras 2 dicas de documentários sobre o mundo da música, assista ao vídeo abaixo.

Alive inside demonstra extraordinariamente como a música pode transformar literalmente pessoas com Alzheimer e outras doenças cognitivas. A música desperta sensações que estão carimbadas nas pessoas e que só precisam de um estímulo para virem à luz, mostrar como estão “vivas por dentro”.

A ONG de Dan Cohen continua ativa e levando músicas para pacientes. Cada vez mais voluntários se habilitam para ajudar o projeto que cresce a cada dia. Confira esse projeto!

Para você que quer entender como ouvir música é importante e quer entender melhor como mudar sua percepção auditiva, confira nossa artigo sobre o livro O Ouvido Pensante de Murray Schafer, um dos livros mais que obrigatórios para quem quer entender música.

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