A música pode nos tocar de diversas formas. Pode nos causar alegria, tristeza, saudades, gargalhadas. Mas uma música também pode chocar a ponto de causar escândalo na sociedade.
Neste artigo, trouxemos 4 músicas que causaram escândalo e marcaram as manchetes de jornais, seja pela composição ou pela recepção do público.
1. Judas de Lady Gaga (2011)
Parte do álbum Born This Way (2011), a canção chocou o público já com o título. A cantora afirma que a música fala sobre se apaixonar pela pessoa errada. Mas não foi assim que muitos interpretaram sua música.
Em seu vídeo, vemos as figuras de Judas Iscariotes e Lady Gaga como Maria Madalena. Isso fez com que a comunidade cristã condenasse a escolha de figuras religiosas no clip da cantora.
Em entrevistas, Gaga afirmou que em nenhum momento quis ferir a fé de alguém muito menos insultar os cristãos. Um dos pontos de debate foi se a cantora teria escolhido figuras religiosas unicamente para obter mais visualizações de seu trabalho.
Entretanto, passando por cima de toda a polêmica, a canção recebeu da crítica análises positivas e 2 indicações ao MTV Video Music Awards, sendo até hoje uma das músicas mais populares da cantora.
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2. Pra não dizer que não falei das flores de Geraldo Vandré (1968)
Se você já prestou vestibular, com certeza já ouviu falar desta canção brasileira. Escrita em um período conturbado de nosso país, a canção foi estreada no Festival da Canção de 1968, ficando em segundo lugar.
Entretanto, a notícia de que a canção havia ficado em segundo lugar causou revolta do público contra os jurados. Anos depois, Walter Clark contou em sua biografia que a canção não ganhou o primeiro lugar por ordens do I Exército.
Assim, a canção foi censurada e apresentada ao vivo apenas em 1979 pela cantora Simone, sendo regravada diversas vezes pelo seu valor histórico e social. Para entender um pouco mais sobre as canções de protesto, leia nosso artigo sobre canções.
3. Helter Skelter de Beatles (1968)
Helter Skelter é uma peça que causou bastante polêmica, não pelo seu lançamento ou sua letra, mas pela interpretação das pessoas que a ouviram.
A canção está presente no famoso “álbum branco” dos Beatles e é creditada a dupla McCartney-Lennon, lançada em 1968. Além disso, é considerada umas das músicas mais famosas da banda, mas hoje em dia pode ser lembrada por outro motivo.
Em 1969, um grupo de seguidores de Charles Manson invadiu a casa alugada por Roman Polanski e assassinou 5 pessoas, dentre elas, Sharon Tate, esposa de Polanski, que estava grávida. Na noite seguinte, também assassinaram o casal Rosemary e Leno LaBianca.
Tais assassinatos foram arquitetados por Manson, sendo que, nas paredes das casas invadidas, estavam escritas as palavras Helter Skelter. Segundo Manson, na canção da banda britânica havia diversas mensagens subliminares que o influenciaram a interpretar a letra como uma guerra racial apocalíptica.
A canção permanece até hoje com um gosto amargo, sendo sempre associada ao caso Tate-LaBianca, influenciando diversos filmes e livros na cultura pop.
Para ouvir, clique aqui.
4. Sagração da Primavera de Igor Stravinsky (1913)
Por fim, não são apenas músicas de caráter popular que causam escândalo. No mundo da música clássica, A Sagração da Primavera foi motivo de uma verdadeira confusão em sua estreia.
Essa peça é um balé composto por Stravinsky, com coreografia de Vaslav Nijinski, estreada no teatro Champs-Élysées, em Paris (1913). Entretanto, sua estrutura rítmica complexa e moderna para a época causou rebuliço na plateia.
A obra passou por diversas revisões antes de ter sua estreia – inclusive no dia da apresentação -, e chocou o público acostumado aos balés clássicos. Ao invés de giros e tutus, o público encontrou um ritual tribal com gestos brutos, atípico a um balé.
As “estranhezas” da obra
Assim, a história da peça é um ponto forte do desconforto do público. O ritual é uma oferenda ao deus da primavera de uma jovem virgem que deve ser sacrificada para que as terras fiquem férteis. Além disso, toda a música não combinava com um balé, outro elemento de muita estranheza, ou seja, fora do tradicional.
A plateia se dividiu entre os que apoiavam a inovação e os que achavam tudo aquilo um ultraje. Por consequência, as opiniões eram tão díspares que causaram brigas nos corredores e a polícia foi acionada.
“… O auditório ficou em silêncio durante dois minutos, depois, de repente, vaias e assobios desceram das galerias, acompanhadas logo em seguida pela plateia. Houve espectadores que começaram a discutir e a atirar-se, uns aos outros, tudo o que tinham à mão. Em breve esta cólera se dirigiu contra os dançarinos e depois, ainda com mais violência, contra a orquestra, que era a verdadeira responsável por esta crise musical. As coisas mais variadas foram-nos arremessadas; apesar de tudo, continuamos a tocar…”. Leia mais em Gazeta.
Ainda que a estreia tenha causado tamanho tumulto, a obra é uma das mais aclamadas de Stravinsky, sendo, talvez, sua obra mais conhecida e mais executada pelo mundo a fora.
Já a coreografia de Nijinski foi esquecida na época, sendo substituída por outra. Somente anos depois, na década de 1980, que aquela coreografia foi redescoberta e reconstruída.
Se quiser entender um pouco dessa estranheza causada ao público, assista esse trecho do filme Coco Chanel & Igor Stravinky que representa essa estreia polêmica.
Essas foram as nossas 4 músicas que causaram escândalo. Já conhecia todas essas confusões em volta dessas obras? Deixe nos comentários suas impressões e nos diga quais outras músicas mereciam um lugar nesta lista!
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