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Neste ano, tivemos a alegria de ver a estreia de Bohemian Rhapsody, um filme de Bryan Singer que conta a história da banda Queen desde sua formação até seu sucesso estrondoso. E se você conhece e gosta desta banda, com certeza já ouviu a música que dá título ao filme. Mas você sabe o que é uma rapsódia?

O que é uma Rapsódia?

Rapsódia é a justaposição de temas e pode integrar diversas variações de intensidade, tonalidade, sem seguir uma estrutura pré-definida (quase um improviso!).

Os compositores do período romântico foram os que tiveram mais interesse sobre esse tipo de composição. A “Rapsódia Húngara n.02” de Franz Liszt é um exemplo disso (sim! É a música de um dos episódios de Tom e Jerry):

E seguindo muito bem este padrão de composição, Freddie Mercury escreve, em 1975, Bohemian Rhapsody.

Essa música, então, apresenta diversos temas, estilos e gêneros misturados. É dividida em cinco partes: Introdução, Balada, Ópera, seção Hardcore e a Conclusão. Vamos a elas!

Introdução

A introdução se inicia com um coro a cappella, que teve todas as vozes gravadas por Freddie Mercury em diversas camadas. Os outros integrantes da banda, Roger Taylor (baterista) e Brian May (guitarrista), só entram na frase “open your eyes, look up to the sky and see…” [abra seus olhos, olhe para o céu e veja…]. 

A primeira parte da música conta a história de um garoto pobre e seus pensamentos: “is this the real life? Is this just fantasy?” [isto é real? Isto é apenas uma fantasia?].

Mamaaaaaa!

A Balada tem, em sua introdução, uma das melodias mais conhecidas tocadas ao piano. O pobre garoto conta à sua mãe que acabou de matar um homem, colocou a arma em sua cabeça e puxou o gatilho. Ao fazer isso, acabou com sua vida.

Diz que não queria fazer sua mãe chorar e, que se ele não voltasse a essa mesma hora no outro dia, que ela seguisse sua vida. Por fim, lamenta suas decisões e ouvimos um crescendo de todos os instrumentos com o fim da balada marcada pelo solo inesquecível de Brian May.

A ópera e seus demônios

O nosso narrador chega ao inferno e o que parece ser diversas frases musicais jogadas na verdade é uma disputa por sua alma.

É possível ouvir diversas citações do mundo da ópera como Scaramouche, Fandango e Figaro. Já a palavra ‘Galileo’ se refere, provavelmente, a Galileu Galilei. Por último, ‘Bismillah’, do árabe, significa “em nome de Deus”, ou seja, é um pedido de intervenção por sua alma.

Ao final, o narrador segue pedindo para que deixe sua alma ir embora, porém Belzebu já reservou um lugar no inferno para ele.

A explosão do rock

Nesta parte, o narrador solta toda sua raiva em alguém que não podemos saber quem é. O solo de guitarra que ouvimos aqui foi escrito pelo próprio Freddie Mercury!

A raiva do narrador fica evidente no modo rasgado de cantar de Mercury. De repente, a guitarra fica mais lenta e voltamos ao clima da balada para a conclusão da canção.

“Anyway the wind blows…”

De nada adiantou. O narrador parece resignado, entendendo que nada realmente importa, já que de qualquer forma, o vento continua a soprar.

O piano acompanha o narrador com a guitarra leve de Brian May e, ao final, ouvimos novamente o coro do início, fechando o ciclo da história.

Você já conhecia esta história? O que achou desta junção do clássico com o rock? Assista mais sobre a junção desses dois gêneros nesse vídeo:

Glossário:
A cappella: sem acompanhamento instrumental, apenas vozes.

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