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“O Fortuna / És como a Lua / Mutável, Sempre aumentas / Ou diminuis; A detestável vida / Ora oprime E ora cura / Para brincar com a mente; Miséria, Poder, Ela os funde como gelo”

– O Fortuna Imperatrix Mundi

Essas são as palavras que iniciam a famosa composição de Carl Orff escrita no séc. XX, Carmina Burana.

Esse começo arrebatador, tão utilizado em trilhas sonoras para causar uma imponência ou até mesmo terror discute a inconstância da roda da fortuna, ou seja, do destino, da sorte, da ventura ou do acaso: estamos todos sujeitos ao imprevisível.

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A Roda da Fortuna

Mas o que significa Carmina Burana e da onde veio o texto dessa obra?

O nome Camina Burana significa Canções de Benediktbeuren. Que nome esquisito, não é mesmo? Benediktbeuren foi a abadia, na Alemanha, onde essas canções, ou melhor, o Códex Buranus foi encontrado no séc. XIX.

O que é o códex Buranus?

Um códex é um conjunto de textos. Nesse caso, ele foi escrito em 1230 e contém 254 poemas que falam sobre zombaria, juventude, amor e vícios como a bebida. Esses poemas estão escritos em latim e alemão medievais. Além disso, alguns desses textos têm indicações musicais daquele período, que são bem diferentes da notação de música atual.

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Página do Códex Buranus

E quem escreveu esses textos?

Pois bem, foram os Goliardos. Eles eram monges, estudantes e frades que frequentavam as tabernas, onde eles compunham vários desses versos, desiludidos com o clero. Praticamente os textos satirizam a igreja, são carregados de erotismo e enaltecem a juventude, em especial o vinho.

O tema dos goliardos era muito semelhante à ideia do Carpe Diem (aproveite o momento):

“Edamus, bibamus, gaudeamus!”

(Comamos, bebamos, folguemos!)

A música de Carl Orff

Carl Orff, então, musicou 24 desses versos do códex e criou esta famosa cantata profana. Carmina Burana de Orff é emoldurada por este símbolo da Roda da Fortuna: uma roda que gira permanentemente e pode trazer sorte ou azar.

O Fortuna Imperatrix Mundi, que se direciona à Deusa da Fortuna, abre e encerra esta peça.

“A roda da Fortuna gira; eu desço, diminuído; outro é levado ao alto; lá no topo senta-se o rei no ápice? Que ele tema a ruína! Pois sob o eixo lemos o nome da Rainha Hécuba”.

Para saber mais detalhes sobre essa música, assista ao nosso vídeo abaixo!

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