cassificação vocal - mulher cantando música clássica

Você já percebeu que cada pessoa possui uma voz diferente, tendo uma classificação vocal diversa? Algumas conseguem cantar mais grave, outras mais agudo, algumas possuem uma voz mais estridente, e outras conseguem fazer aquele drive que arrepia.

Pois é, cada voz possui sua especialidade e uma extensão vocal. Por isso, a gente consegue coloca-las em algumas classificações vocais que nos ajudam a compreender melhor o estudo do canto. Então, aqui está um dos tipos de divisão das vozes no canto que você vai encontrar por aí.

Mas, primeiro um adendo: Lembre-se de que essa é uma classificação vocal geral e é usada, normalmente, em canto coral e canto lírico. Atualmente, as escolas e professores de canto estão bem mais modernos e não se prendem apenas a essas divisões. Sendo assim, sua voz é livre para voar para onde quiser!

beyonce cantando - classificação vocal

A classificação vocal: dividindo as vozes adultas no canto

A classificação vocal no canto começa pelo aspecto físico: vozes masculinas, vozes femininas e vozes infantis.

Dentro da divisão da voz adulta, nós encontramos as vozes agudas e vozes graves. Assim, o soprano e tenor são as vozes agudas e contraltos e baixos, as vozes graves. Se alguma vez você já cantou em coro, já sabe do que eu estou falando.

Organograma - Divisão das Vozes Adultas (Soprano, mezzo soprano, contralto, tenor, barítono e baixo)

Essa divisão aparece quando queremos cantar em coro e serve para delimitar a sua tessitura ou extensão vocal. Isso quer dizer descobrir a nota mais grave e a mais aguda que sua voz consegue reproduzir de maneira saudável e com qualidade.

Deste modo, ao estruturar as pessoas no espaço físico do canto coral, todas as vozes agudas (soprano e tenor) ficam juntas e todas as graves (contralto e baixo) também.

Aqui no Brasil existem poucos contraltos e baixos, daqueles que realmente possuem bastante volume na região grave. Assim, nossa classificação vocal é mais aguda, com grande predominância de sopranos. Inclusive, a piada dentro do ramo é que se você chuta uma árvore na esquina, caem dez sopranos de cima dela.

Caso você queira entender mais sobre esses aspectos fisiológicos da voz, a acústica e a percepção da voz recomendo muito a leitura do livro Ciência da Voz de Johan Sundberg e Glaucia Lais Salomao. Esse livro não trata apenas dos estilos clássicos, mas também sobre outras técnicas vocais como o belting, por exemplo.

A tessitura de cada uma das vozes do canto

A figura acima mostra uma das classificações vocais. Porém, essas divisões sempre tem  alguma variação. Em resumo, as sopranos tendem a vocalizar desde o Si2 (contamos o Dó central do piano como sendo o Dó3) até o Dó5 do piano, sendo que algumas conseguem chegar até mesmo no Sol5! Já uma contralto pode vocalizar desde o Mi2 até Fá4. Os tenores, normalmente, vocalizam do Dó2 até o Si4. Por fim, os baixos vão do Ré1 até Mi4.

1. As vozes intermediárias

Existem vozes intermediárias, que possuem sua região de brilho exatamente onde nem agudos nem graves brilham com tanta facilidade. Elas são chamadas de vozes medianas (mas porque estão no meio, não porque são menores que as outras!).

A mezzo-soprano possui uma tessitura média que vai do Sol2 até o Si4. Assim, muitas vezes cantam nos coros como soprano II, movendo-se para o naipe de contraltos sempre que precisarem de uma ajudinha. O mesmo acontece com o barítono que canta do Sol2 ao Sol4, e, na minha opinião, possuem os papeis mais legais dentro das óperas.

E dentro disso tudo temos o contratenor: um homem com a tessitura de uma voz feminina! Um contratenor tem uma extensão vocal que vai desde o Sol2 até o Ré5! É um tipo de voz rara e, geralmente, desenvolvida a partir do registro de voz de cabeça. A maioria de seus papéis está nas obras do período barroco, em que essa voz era muito apreciada.

2. As subclassificações no canto lírico

Bem, como eu disse, essas divisões valem mais para quem quer aprender canto lírico. Dentro desse tipo de canto, ainda existem as subclassificações. Elas têm a ver com o seu timbre, registro vocal, nota de passagem e com suas habilidades vocais. Por isso, acabam ajudando a escolher seu repertório de acordo com as características de cada personagem ou canção.

Vamos aos exemplos! Uma soprano ligeiro possui um timbre um pouco mais leve e consegue alcançar notas bem agudas, além de possuir muita agilidade para realizar melismas.

Por outro lado, isso já seria uma dificuldade tremenda para uma soprano dramática, pois possui uma voz mais escura. Assim, sua habilidade é voltada para outros aspectos, como notas mais graves, sendo escrita para personagens mais intensas.

Sendo assim, as subclassificações mais conhecidas são: Ligeiro, Coloratura, Dramático e Spinto. Vale falar que esta classificação vocal também é usada para as vozes masculinas.

mulher cantando ópera

A importância da sua saúde vocal

Mesmo sabendo de tudo isso gostaria de frisar mais uma vez: conheça a sua voz. Pode ser muito empolgante querer saber qual é o sua classificação vocal. Será que sou um tenor ligeiro? Será que consigo fazer mil notas em um segundo? Será que consigo cantar a ópera Carmen?

Tudo isso pode ser muito legal, mas o importante é se conhecer e respeitar a própria voz. Muitos cantores acabam desenvolvendo problemas fonológicos na busca de algo que vai contra a sua fisiologia e por ouvir conselhos errados. Por isso, fiz outro texto dando 5 dicas para você cantar melhor. Mas a dica mais importante sempre será: procure um professor de canto de sua confiança!

Se conheça. Se perceba. Se cuide. E, claro, cante o quanto quiser!

E você? Já sabe sua classificação vocal? Concorda com essas divisões? Deixe aqui nos comentários!

Glossário:

Drive: efeito usado na voz para produzir um som distorcido. Muito usado em vocais de rock e pop como Eddie Vedder e Christina Aguilera.

Melisma: trecho melódico com várias notas para uma mesma sílaba.

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