Quando você pensa em ópera, muito provavelmente, você deve imaginar uma cantora de canto lírico cantando notas muito agudas e com roupas cenográficas. Mas você sabe o que é uma ópera? Como surgiu? O que tem dentro de uma ópera? Leia esse post para entender!
Qual o significado de ópera?
A palavra ópera vem do latim, opus, e significa obra. Sendo assim, a ópera, muito resumidamente, é um teatro com música. Isto é, um drama ou uma comédia que é encenado e que tem música. Assim, a ópera é formada por música instrumental, canto (árias), diálogos cantados ou falados (recitativos), duetos, trios, entre outras formações.
Além disso, existem teatros específicos para se encenar óperas. O mais comum é o palco com um fosso, onde fica a orquestra. Isso ocorre porque o regente precisa ver tudo o que está acontecendo no palco para poder reger.
Qual a origem da ópera?
O primeiro registro que se tem conhecimento é que a ópera nasceu na Itália no início do século XVII. Neste período, a ópera era chamada de “drama per musica” ou “favola in musica”. Vale mencionar que o formato era feito através de diálogo declamado acompanhado por orquestra.
A ópera foi bastante influenciada pelas tragédias gregas e pelos cantos carnavalescos italianos do séc. XIV. Com isso, era muito comum no início das óperas que as histórias remetessem a essas tragédias gregas e falassem sobre ninfas, deuses, etc. Isso porque era mais verossímil o público acreditar que ninfas ou deuses pudessem falar cantando do que humanos.
Sendo assim, a primeira ópera datada na história da música ocidental é Dafne de Jacopo Peri (1594). Porém, esse estilo ganha vida mesmo com Cláudio Monteverdi em suas famosas óperas L’Ariana (1608) e Orfeu (1607). L’Ariana está atualmente perdida, tendo registro apenas de um MARAVILHOSO recitativo chamado Lamento d’Arianna.
Como é feita a ópera?
Bem, de maneira geral, o compositor da ópera trabalha juntamente com um libretista, que é a pessoas que faz o roteiro da ópera. Assim, o compositor compõe a música tendo em mente todo o texto que o libretista escreve.
Em relação à parte musical, também é extremamente preciso ter correpetidores para fazer os ensaios com os cantores. Os correpetidores são aqueles músicos que fazem uma diminuição de toda música orquestral para o piano. Assim, facilita os ensaios porque não é necessário a orquestra estar sempre presente para os cantores passarem a música.
Além disso, também é necessário um diretor cênico, que cuida da movimentação dos atores no palco, cenários, entre outros aspectos. Outras pessoas que fazem parte da equipe são os coreógrafos, figurinistas, cenógrafos, preparadores vocais, regentes assistentes para ensaiar a orquestra (nem sempre é o regente oficial que faz o ensaio), entre outros.
Como é a estrutura da ópera?
A ópera começa com uma parte chamada Abertura, que é feita pela orquestra e, geralmente, resume muitas das músicas que acontecerão no decorrer da obra. Após a abertura, tem a divisão em atos, sim a ópera é dividida em atos!
Os atos são compostos por uma alternância de árias e recitativos. Para exemplificar, as árias são cantadas pelas personagens principais e são extremamente musicais, muito líricas. Além disso, esse é o momento em que a ação da peça congela, ou seja, as árias não contribuem para a história efetiva da ópera.
Já o recitativo é uma fala cantada e é o momento em que a história acontece. Contudo, por mais que seja uma fala cantada, os recitativos também exigem um controle vocal muito preciso dos cantores.
Além desses dois, também temos outras formações no decorrer da história, como os coros que têm a função de comentar a história, os duetos, os trios, quartetos, etc.
Quais são os tipos de ópera?
De modo geral, há dois tipos de ópera: a Ópera Séria e a Ópera Buffa. A primeira costuma ser mais dramática, tendo a orquestra mais como um acompanhamento.
Já a Buffa, refere-se à ópera-cômica e, assim, é mais ligeira e burlesca com alguns efeitos dramáticos, tendo sido muito popular. Vale notar que nem sempre a ópera-cômica é cômica no sentido de ser uma comédia bem-humorada.
Outra questão estilística que podemos comentar aqui é o Bel Canto. Porém, isso não é um tipo de ópera e sim uma técnica vocal muito virtuosística que surge em meados do séc. XIX. Já temos post sobre esse tema no blog!
Além disso, é importante dizer que, como toda a história da música, a ópera também tem diferenças significativas em seu estilo de acordo com os períodos históricos: barroco, clássico, romântico e séc. XX. Mas isso já é assunto para outro post!
Qual a diferença entre ópera e musical?
Em geral, é comum as pessoas se perguntarem qual é a diferença entre um musical e uma ópera. Bem, um musical apresenta diálogos intercalados com canções. Já as óperas são geralmente catadas do começo ao fim e os diálogos são substituídos por recitativos.
No entanto, existem exceções notáveis a esta regra, como é o caso de Carmen (G. Bizet) e A Flauta Mágica (W. A. Mozart), pois ambas são providas de diálogo falado. Por outro lado, alguns musicais, como Os Miseráveis, são cantados ao longo de todo espetáculo. Assim, no mundo clássico, são chamados muitas vezes “óperas populares” ou “opera-rock”, pois mantêm uma proximidade com a ópera clássica. Outra diferença importante é que em um musical os cantores principais também dançam, já na ópera, você pode encontrar alguns balés.
Algumas óperas mais conhecidas
L’Orfeu de Cláudio Monteverdi (1607)
Armide de Jean-Baptiste Lully (1686)
Le Nozze di Figaro de W. A. Mozart (1786)
Flauta Mágica de W. A. Mozart (1791)
O Barbeiro de Sevilha de Gioacchino Rossini (1813)
La Traviatta de Giuseppe Verdi (1853)
Tristan und Isolde de Richard Wagner (1865)
Il Guarany de Carlos Gomes (1870)
Die Fledermaus [O Morcego] de Johann Strauss (1874)
Carmen de George Bizet (1875)
Parsifal de Richard Wagner (1882)
Salome de Richard Strauss (1905)
Porgy and Bess de George Gershwin (1935)
Candide de Leonard Bernstein (1956)
Conseguiu entender toda a dimensão de uma ópera? Já temos post sobre Carmen aqui no blog e vídeos no canal sobre esse assunto! Não deixe de conferir!
Prezada Juliana,
Parabenizo suas informações sobre óperas, mas Vivaldi é um mestre maior que esses citados por você e emprega todos os recursos aí mencionados (recitativos falados, cantados, bel canto, drama cômico e trágico etc.). Salieri é outro mestre muito maior que todos aí citados. Orlando Furioso é apenas um dos exemplos de obra-prima de Vivaldi…
Pesquisador de História da Arte
J Sabino
gostei muito de ler isso vai ME FACILITAR MUITO NA MINHA PROVA DE MUSICA AMEII VER ISSO FACILITA MUITO PRA QUEM VAI TER LGUMA PROVA, ELE E MUITO BOM RECOMENDO.~