capa - 5 cantoras líricas que você precisa ouvir

No mundo do canto lírico, existem tantas vozes icônicas e lindas que é possível se perder em tanta melodia. Muitas vezes, quando queremos escutar um estilo musical específico, uma boa dica é começar a ouvir os intérpretes mais representativos deste estilo.

Neste artigo, separamos 5 cantoras líricas que fizeram e fazem histórias pelas casas de ópera a fora. Além disso, nós já temos outros posts sobre vozes masculinas e femininas que todos deveriam ouvir. É só clicar aqui para ler mais posts sobre canto.

gif: cantora lírica vestida de branco cantando e dançando

Bidu Sayão (1902-1999)

Nossa primeira indicação é a carioca Bidu Sayão, uma das vozes representantes do Brasil no estrangeiro. Seu nome completo era Balduína de Oliveira Sayão, mas foi o apelido Bidu que foi ouvido por toda a Europa durante as décadas de 1940 e 1950.

Estudou canto com uma romena que morava no Brasil e a levou para a Romênia para estudar com os profissionais de lá. Em 1926 estreou no Teatro Constanzi no papel de Rosina em O Barbeiro de Sevilha.

Se quiser entender melhor como funciona uma ópera, clique aqui e leia mais sobre o assunto.

Consolidou sua carreira sendo parte integrante do elenco do Metropolitan Opera por muitos anos, chegando até mesmo a cantar para o presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, na Casa Branca.

A soprano morreu de pneumonia nos Estados Unidos aos 97 anos, sem poder realizar o sonho de rever seu país, deixando na história a marca de seu nome e sua voz.

Para ouvir a cantora, clique aqui.

 

Kathleen Battle (1948)

Battle é uma soprano lírica nascida nos Estados Unidos e ficou muito conhecida por seus trabalhos com grandes orquestras e grupos de câmara, se aventurando no mundo da ópera a partir 1975. Se quiser saber mais sobre sopranos e vozes do canto, leia nosso post sobre classificação vocal.

Era a mais jovem de 7 irmãos de uma família protestante muito religiosa. Após se formar no Conservatório de Música da Universidade de Cincinnati, começou uma carreira de professora de canto em escolas públicas.

Sua carreira como solista teve início como muitas outras. Após passar em um teste para cantar o Requiem de Johannes Brahms, Battle estreou no Festival dos Sois Mundos, na Itália em 1972.

Um de seus trabalhos mais icônico foi uma série de concertos ao lado de Jessye Norman – outra grande soprano ganhadora de 4 Grammys -, em que todo o repertório era composto por Negro Spirituals.

Atualmente continua se apresentando em concertos e recitais, mas afastou-se das óperas.

Para ouvir a cantora, clique aqui.

 

Nathalie Stutzmann (1965)

A contralto francesa, Nathalie Stutzmann, começou seus estudos com a mãe, que era uma cantora lírica. Se formou na École d’Art Lyrique em Paris. Seu foco como cantora são as canções, mais especificamente, o Lied, a canção alemã. Se quiser saber mais sobre o que é canção, leia nosso post.

Além de dominar os Lieds e as Chansons, Stutzmann possui um diferencial. Ela também é contrabaixista em grupos de música de câmara. De fato, sua carreira voltou-se para o estudo da música barroca. Não sabe o que é Música Antiga? Assista este vídeo e entenda um pouco mais sobre o trabalho desta cantora.

Mas só isso não é o suficiente. Stutzmann criou o grupo Orfeo 55, uma orquestra de câmara em que ela é a regente! Infelizmente o grupo não existe mais, mas a sua carreira como regente é atualmente muito respeitada, sendo convidada para diversos festivais ao redor do mundo.

Leontyne Price (1927)

Price é considerada uma das maiores cantoras líricas vivas e entrou em nossa lista por fazer história. A soprano foi a primeira afro-americana a se tornar uma prima donna (primeira dama, a diva) do Metropolitan Opera, em Nova Iorque.

Nascida no Mississippi, começou a cantar no coro da Igreja Metodista St. Paul e, na juventude, graduou-se na Julliard School. Muitos grandes cantores tem o início da carreira em coros de igreja, escola ou comunidade, e você pode ver outros benefícios do canto coral neste outro artigo que escrevemos.

Por ser negra, pensava que sua carreira se basearia em concertos e recitais, sem oportunidades para papéis operísticos. Entretanto, um de seus trabalhos mais reconhecidos é interpretando Bess, personagem da ópera Porgy and Bess de George Gershwin (1898-1937). Este papel abriu-lhe portas para o mundo da ópera.

Seu papel de maior importância foi a personagem Aida da ópera de mesmo nome, também do compositor Giuseppe Verdi. Assim, obteve uma carreira produtiva no Metropolitan Opera, cantando tanto grandes óperas como diversos concertos e oratórios.

Além disso, a cantora possui diversas graduações honorárias e 19 (isso mesmo) Grammy Award. Atualmente, descansa no auge de seus 92 anos.

Para ouvir a cantora, clique aqui.

 

Marie-Nicole Lemieux (1975)

Nossa última cantora é uma das contraltos mais requisitadas atualmente, principalmente para a música barroca. Nascida no Canadá, Lemieux estudou no Chicoutimi Conservatoire e no Conservatoire de musique du Québec à Montréalcom (graduação em canto).

Trabalha com diversas orquestras, tanto no Canadá como em vários países da Europa. Também possui diversas gravações de obras de Johannes Brahms, Antonio Vivaldi, W. A. Mozart, entre outros grandes compositores.

Ainda em atividade, a cantora é escalada para inúmeros papéis em festivais na Europa e América do Norte, sempre com destaques em críticas para sua voz ímpar, capaz de se moldar a qualquer personagem.

Gostou das nossas dicas? Agora é só ouvir essas 5 cantoras líricas! Qual cantora você acha que ficou de fora? Deixe seu comentário e venha conversar conosco!

Nós também temos um canal no Youtube e várias playlists no Spotify, ilustrando cada assunto do canal. Você também pode nos seguir no Facebook e Instagram para conferir nossas dicas sobre música. Se também tiver dúvidas, é só deixar aqui nos comentários que nós respondemos!