capa - 5 cantores líricos

Como você pode notar, nós do musicalidades não nos cansamos de conversar e aprender sobre a voz humana. E dando continuidade a nossa série de textos sobre o maravilhoso mundo do canto, neste artigo trouxemos 5 cantores líricos que você precisa ouvir.

É importante lembrar que já temos muitos outros textos falando sobre canto e voz , bem como um texto semelhante com 5 cantoras que você precisa ouvir. Não deixe de ler !

Algumas pequenas ponderações: não iremos citar Luciano Pavarotti por ele ser um dos mais reconhecidos cantores de ópera do último século. Porém, ele recebe nossa menção honrosa por ter sido um dos intérpretes mais icônicos da música clássica.

aplausos nas salas de concerto

Franco Corelli (1921-2003)

Dario Franco Corelli foi um tenor italiano que possuía uma poderosa voz, a qual lhe rendeu o apelido de “Príncipe dos Tenores”.

Seu avô era tenor e seu irmão mais velho barítono, mas como seu pai era construtor de barcos, sua paixão pelo mar o fez estudar engenharia naval na Universidade de Bolonha.
Após participar de uma competição musical – sem nenhuma pretensão de ganhar -, foi encorajado pelos juízes a estudar música. Assim ingressou no Conservatório de Música de Pesaro.

Seu papel de estreia foi Spoleto da ópera Rigoleto e logo tomou conta dos palcos da Ópera de Roma. Enquanto mantinha seu emprego em Roma, apresentou-se em diversos países da Europa, como Inglaterra, Áustria, Portugal, Alemanha e atravessando o oceano para os Estados Unidos.

Casou-se com a soprano Loretta di Lelio em 1958, que deixou a carreira musical para tornar-se empresária do cantor. Como muitos cantores, Corelli também era professor de canto, profissão que tomou lugar em sua carreira com o decorrer dos anos.

O interessante é que Corelli, na juventude, não gostava dos professores de canto, dizendo que são pessoas perigosas para os cantores. Ele mesmo se considerava autodidata no assunto. Faleceu em 2003 em decorrência de um derrame.

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Dietrich Fischer-Dieskau (1925-2012)

Fischer-Dieskau foi um barítono alemão muito conhecido por suas interpretações dos lieder alemães. Um de seus compositores preferidos era Franz Schubert, o que levou Winterreise ser seu trabalho mais aclamado.

Fischer-Dieskau era conhecido pela sua capacidade de se adaptar a qualquer repertório: ópera, oratório, lieder, chanson. Gravou diversas obras em francês, hebraico, latim, húngaro, sempre com uma pronúncia perfeita e um amplo entendimento da obra.

Diskau iniciou seus estudos na música já na infância, tendo começado a estudar canto aos dezesseis. Em 1943, período da Segunda Guerra Mundial, foi convocado para cuidar dos cavalos no fronte da Rússia e serviu de 1944 a 1945.

Foi capturado em 1945 e passou 2 anos na prisão de guerra americana. Durante este tempo, cantou diversos lieder na prisão para os soldados alemães. Diskau perdeu um irmão durante a guerra e sua casa, onde havia crescido, foi destruída.

Em 1947, com o fim da guerra pode finalmente lançar sua carreira de cantor lírico, e assim ganhou o mundo. Mas seu repertório não se restringia a apenas óperas e lieder, também se aventurou na música contemporânea. Foi o cantor solista escolhido pelo próprio Benjamin Britten para cantar seu Réquiem de Guerra.

Estreou peças de compositores como Samuel Barber, Ernst Krenek e Aribert Reimann. Casou-se com a violoncelista Irmgard Poppen com a qual teve 3 filhos, Mathias que trabalha como designer de palco, Martin que é regente, e Manuel que é violoncelista como a mãe. Faleceu em 2012 enquanto dormia.

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Lawrence Brownlee (1972)

Brownlee é um tenor americano que se especializou no bel canto. Nasceu em Ohio e, ainda que não tivesse muita influência musical em sua família, teve uma infância bastante musical. Tocou trompete, guitarra e bateria, além de participar ativamente cantando na igreja.

Formou-se na Universidade Jacobs School of Music e participou do programa para jovens cantores do Opera de Seattle. Sua obra de estreia foi O Barbeiro de Sevilha em 2002, e já em 2007 fazia sua estreia no Metropolitan.

Viajou o mundo apresentando-se em diversos teatros da Europa. Sua carreira segue em movimento ascendente, sempre com um repertório voltado para o bel canto. Além disso, sua técnica para alcançar as notas mais agudas e sua capacidade para realizar as cavatinas são temas de diversas críticas positivas que recebe pelo mundo.

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Philippe Jaroussky (1978)

Philippe Joaroussky é um contratenor francês e um dos cantores líricos mais conhecido mundialmente por suas performances em música barroca.

Começou seus estudos musicais ainda criança, nas aulas de música da escola onde aprendeu a tocar violino. Estudou no Conservatório de Versalhes piano, harmonia e contraponto, tendo se formado no Conservatório de Paris como violinista.

Porém, foi como cantor que seu nome ficou reconhecido mundialmente. Sua voz ímpar e sua técnica são conhecidas por muitos dentro da música clássica, principalmente dos amantes da música antiga.

Seu repertório é composto por Vivaldi, Monteverdi, Handel, e já cantou com diversos grupos mundialmente reconhecidos por seu trabalho de resgate da música antiga. Já se apresentou em óperas barrocas, oratórios e performou diversas canções.

Também se apresentou por todo o globo, inclusive no Brasil, onde foi ovacionado. É interessante pensar que seus álbuns sobre música antiga receberam Disco de Ouro pela quantidade gigantesca de vendas.

Se você quiser entender um pouco mais sobre a voz de Jaroussky e outros cantores homens que possuem uma voz feminina, te convido assistir os vídeos de Bruno de Sá no nosso canal.

Nicolai Ghiaurov (1929-2004)

Representando o time dos baixos, Ghiaurov foi um baixo búlgaro e um dos cantores mais famosos e aclamados de seu tempo. Sua especialidade era cantar o repertório do compositor Guiseppe Verdi, bem como outros compositores românticos.

Assim como Jaroussky, também aprendeu a tocar violino, como piano e clarinete na infância. Formou-se no Conservatório de Moscou e sua carreira deslanchou quando ganhou o prêmio Grand Prix na Competição Internacional e Canto em Paris em 1955.

Estreou na ópera no mesmo ano como Don Basilio na ópera O Barbeiro de Sevilha e começou sua carreira internacional passando pela Itália, Inglaterra, Alemanha, e outros países da Europa.

Em 1961, apresentou-se ao lado de Mirell Freni – cá entre nós, uma soprano que você deveria conhecer -, e em 1975 eles se casaram. Fez carreira no Metropilitan, nos Estados Unidos ao lado da esposa cantando diversos papéis.

Infelizmente faleceu em 2004, vítima de um ataque cardíaco. Sua esposa, hoje com 84 anos, encerrou sua carreira como cantora cantando The Maid of Orleans em 2005, aos 70 anos.

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